sábado, 13 de junho de 2009

Rock no São João!!!









por Pedro "Reator" Fernandes



Trabalhar em shopping é foda, ainda mais em dia de movimento intenso. O amigo Eduardo Mesquita sempre disse “Escreva, seu careca”. Consegui sair às 21 horas do trampo para resenhar e depois comentar no Reator o dito Rock de São João, que de São João tinha pouca coisa em vista de uma festa junina. Apenas algodão doce, pipoca, bandeirola, fogueira e meia dúzia de pessoas fantasiadas, que pra mim estavam pagando mico de caipira, e muita banda boa que de caipira não tinham nada, diga-se de passagem. Tinha três barracas de acessórios: a Two Beers or Not Two Beers do Segundo, a banca de merchan das bandas gringas e mais uma com camisetas. Uma praça de alimentação só com o Vira-lata Hot Dog do brother Vinícius, poderia ter tido algo mais, com pelo menos uma segunda opção, pelo menos, mas tudo bem. Cerveja no começo estava gelada, acondicionada em tinas abarrotadas de gelo, e imaginei que seria assim o tempo todo, mas não foi. Ali pela antepenúltima banda a cerveja tinha acabado de ser colocada nas tinas, e os bebuns de plantão amargaram uns 15 minutos de espera, mas o Pedro que trabalha com o Pedro Cambaleado me disse que a logística foi falha por causa da correria do evento. Tá. Mas a galera faz evento de quase mesmo porte toda semana com o mesmo tanto de pessoal para quase o mesmo tanto de gente que estava lá. Não entendi.

Como estamos no Brasil, tem que ter fila pra tudo. Fiquei na fila por meia hora para pegar minha liberação para assistir aos demais shows. Perdi o show da Vaillant, e de fora ouvia uma banda que soava bem aos meus ouvidos mesmo de longe, thrash metal rápido, mas não estava tão nítido a ponto de poder falar mais, que é a banda Overcome, que perdi também, adivinha por quê? Fila. O tempo da Overcome foi o tempo que fiquei na fila. Acabei de entrar, acabou o show deles.

Depois de entrar no Martim, trezentas ou quatrocentas pessoas e eu não conhecia quase ninguém. Acostumado a chegar e sempre encontrar os amigos e conhecidos para conversar, no Rock de São João, foi bem diferente como em uma oportunidade que fui ao 5ª Ativa. Uma galera nova, será essa a renovação do público rock??!! Não sei. Meu amigo Wesley disse que pode sim ser a renovação, uma incógnita. Se o futuro povo do rock forem as mulheres do Rock de São João, largo rock mais não. Largo nunca mais! E foi ficando mais tarde e o povo do veneno, Cicuta (Fredé, Baiano e Migué), chegaram por lá e conversamos sobre rock, sobre o soteropolitano que não conhece Salvador. Amigos bons de conversa, e vão estar no Reator em breve com novo som.

Perdi os shows de Vaillant e Overcome. Mas a sequência das bandas foi muito legal, muito bem escaladas pelos produtores.

Swampmeat é uma banda de dois com Ben cantando e tocando guitarra acompanhado na bateria por Uncle Butcher (que acompanha mais uma banda gringa) porque o batera inglês T –Bird, não pôde vir na turnê por problemas pessoais. Tocaram um folk rock muito bem feito, músicas bem animadas. Ben canta muito bem e é afinado, o pessoal dançou em algumas músicas tocadas pelo inglês e pelo brasileiro.

Johhny Suxxx’n the Fucking Boys (êita nome difícil de escrivinhar) fez um show somente com inéditas que deve sair em breve com um lançamento virtual da banda. Começaram o show com a música “Motorhead” já dando sinais de que viria muita coisa massa na banda de João Lucas, que tava super na boa, sem toda aquele frenesi de shows anteriores como no Tattoo Rock Fest de semana passada. Com uma nova backing vocal no lugar de Daianne, a Marina (leia-se senhora Zancopé) que deu conta do recado e fez o trabalho direitinho em todas as canções junto com a outra backing vocal, Polly. A guitarra do Douglas deu um problema, e foi socorrido por Vital Bang no meio do show, tinha que ser, né? Tocaram mais algumas músicas que não sei o nome, mas a maioria muito bem, e me atentei para “Fanice Doll”, música bem rifada, com viradas extremas de Hélio Zancopé que ouvi semana passada no site da Fósforo. Foi um show divertido.

Tinha tomado apenas uma cerveja e chegou a hora de Bang Bang Babies, os quatro prodígios da capital tocando seu rock garageiro sem se importar com comentários. “Love and Bullets” (homônimo do disco lançado recentemente pela banda pela Monstro Discos) abriu o show de rock dessa galera que sabe o que faz. Depois do som de abertura tocaram três músicas novas ainda sem título sendo rock na veia e na véia. Problemas na guitarra de Vital Bang lhe renderam um coro entoado por Pedrinho Malandrinho: “Paaau no cuuu do Vitaaal”, na sequência colaram mais quatro sons do discaço deles, e finalizaram com a faixa que está no primeiro Ep, “Going Down” que é fantástica...tãã, tãã tããã, taãããã...final perfeito.

Rockabilly feito na terra da rainha eterna veio o The Solid Soul Disciples, quinteto tocando rock divertido e para dançar, rockabilly de primeira. E de novo Uncle Butcher na parada tocando guitarra ao lado dos malucos, entra também mais um brasilis, Go-Go Boy(um dos organizadores da tour no Brasil), enfiados dentro de terninhos pretos, sorte que tava frio. Ótima banda, o som tava bem definido, uma presença de palco que deixou o povo em êxtase. Mas não só o vocalista principal, toda a banda com uma presença muito legal e interagindo com o público, uma vez ou outra Uncle Butcher falando com a galera que não entendia inglês (eu sou um deles). Foi massa, quem não foi perdeu um show digno de rockabilly.

A nova dupla de Goiás é Waldi e Redson, vulgos Diego de Moraes e Chelo, fazendo paródias de músicas sertanejas, falando de corneação, chifre, historinhas do cotidiano, e uma música que me chamou atenção foi “FOB – Fura Olho de Brother” que fala do cara que quer pegar a sua garota. Estavam muito à vontade no palco fazendo a galera rir da dupla. Claro, teve um monte de gente que odiou a dupla que tocaram até com a clássica mão no ouvido na paródia de Milionário e José Rico. Mas gosto é gosto. Achei engraçado até um ponto.

Quarta cerveja da noite, e que que é aqulio???!!! Black Mekon é assim: sai Uncle Butcher e Go-Go Boy do The Solid Soul, e tira os ternos pretos. Aí o rock toma um rumo diferente, tão bom quanto a outra banda. Mas agora é rock sujo, garagem total, pesado, insano, violento. Não os vi no Goiânia Noise do ano passado, mas ontem vi o que o pessoal me falou. O vocalista com uma energia duplicada do outro show, tocando gaita, o som moendo, o baterista liga um pedal de distorção nos microfones da bateria que parece o inferno o cara tocando. Já viu show do Walverdes? Naquela mesma altura, alto e bom, limpo, rock garageiro da melhor qualidade. E teve até bis, a galera pedindo e eles voltando pra tocar mais duas e irem embora. O tiete mais alucinado com o sons dos caras era Vital Bang que acompanhava todas as músicas.
Showzaço!!!

Esse foi o 2º Rock São João, mais rock do que São João. Parabéns Pedro Cambaleado por ter feito esse evento junto com sua equipe, sei que não é fácil organizar, e ter colocado essas três bandas gringas pro pessoal sacar, mas o evento ficou devendo em alguns pontos logísticos, mas foi rock até o talo. Que venha o 3º Rock de São João.

As três bandas inglesas estão em turnê pelo Brasil em dez cidades, passando por Brasília, Uberlândia, Goiânia e interior de São Paulo.

Agradecimentos nesse texto do brother Migué, que me deu uns toques legais sobre Black Mekon antes do show, e ao careca mais desgraçado desse planeta, mas é meu amigo, Eduardo Mesquita(www.ogritodoinimigo.com.br) que revisou o texto. Ele sempre disse para eu escrever, então ta aí. Valeu.

Pau no Cu de São João!!
Viva o rock!

Um comentário:

Diego Mascate disse...

Pau no cú de São João!
Showzaço mesmo o Black Mekon! Fóda!
Massa c lembrar de "Fob", que é uma realidade triste da vida...
Falous!